Comer bem e ter uma alimentação saudável mais do que moda é uma necessidade. As consequências de uma má alimentação são muitas e o nosso corpo dá pistas de que algo deve mudar na mesa.
Um artigo publicado na Revista Brasileira de Nutrição Clínica em 2014 adverte que, no Brasil, as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade e que aproximadamente 300 mil brasileiros são vítimas dessas patologias anualmente.
Pesquisas apontam que programas de combate às doenças crônicas, especialmente cardiovasculares, consideram para todos a adoção de hábitos alimentares saudáveis, medidas para controle de estresse, atividade física regular e atenção voltada ao metabolismo lipídico.
“A alimentação além de agradável e prazerosa deve ser variada e equilibrada, adaptando-se às necessidades individuais, o que está se tornando a grande preocupação de inúmeras pessoas, uma vez que a sua rotina diária não permite uma dieta equilibrada e correta”, explica Rita de Cássia Avellaneda Guimarães, pesquisadora da UFMS e coordenadora da pesquisa “Sementes de gergelim (Sesamun indicum L.) e linhaça (Linum usitatissimum): Qualidade proteica e efeito do óleo nos lipídios séricos”, desenvolvida em parceria com o Governo do Estado por meio da Fundect.
“O equilíbrio da dieta refere-se à inclusão de alimentos de diferentes grupos que sejam nutricionalmente adequados para evitar e combater deficiências carenciais e doenças degenerativas”, afirma a pesquisadora. Alguns alimentos não fazem parte da rotina dos brasileiros por não serem muito populares, mesmo sendo considerados “baratos”, é o caso da linhaça (Linum usitatissimun) e do gergelim (Linum usitatissimun L.).
Essas sementes possuem altos teores de lipídios e são consumidas como suplemento nutricional. O óleo das sementes de linhaça e de gergelim é rico em ácidos graxos insaturados, como linoleico e oleico.
O objetivo da pesquisa foi avaliar o efeito dos óleos de sementes de gergelim integral e linhaça marrom sobre os níveis séricos de lipídios e glicose de ratos, bem como avaliar o perfil de ácidos graxos, aminoácidos essenciais, digestibilidade in vitro nas sementes e o teor de gordura total nos animais.
“Atualmente há um crescente incentivo na inclusão de linhaça e gergelim na dieta devido aos seus potenciais benefícios à saúde, sendo considerados alimentos funcionais ou nutracêuticos, especificamente pela ação antiaterogênica e anticarcinogênica, pela presença de fibras, fitoestrógenos e ácidos graxos ômega-3”, afirma Rita de Cássia.
Os dados da pesquisa confirmam a indicação das sementes. “A nossa orientação é que a semente de linhaça e a semente de gergelim possa ser utilizada regularmente, possa ser consumida regularmente na alimentação, visto que ela apresenta benefícios no controle de colesterol total e frações, glicose e também no controle das doenças cardiovasculares”, finaliza a professora.
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A linhaça (Linum usitatissimum) é uma oleaginosa rica em lipídios e proteínas. Esta oleaginosa apresenta compostos tanto com ação antioxidante, quanto hipolipidêmica, sendo efetiva na redução do estresse oxidativo, colesterol total, LDL, relação TG/HDL e aumento do HDL sérico.
O gergelim (Sesamum indicum L.) contém em sua semente em média 50% de lipídios de excelente qualidade, semelhante ao óleo de oliva, que pode ser usado nas indústrias alimentícias e químicas, 20% de proteínas, 21,60% de carboidratos e fibras 6,30%.
Grupo de pesquisa
No Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Federal de Mato Gross do Sul (UFMS), no início dos anos 80, agruparam-se os professores responsáveis pelas disciplinas de Saúde Coletiva, voltados aos cursos de graduação em Farmácia, Medicina, Medicina Veterinária e Odontologia que posteriormente, mobilizaram a contratação de servidores para atuarem especificamente na Área de Tecnologia de Alimentos, possibilitando a criação do Departamento de Tecnologia de Alimentos e Saúde Pública- DTA-CCBS-UFMS, em 1º de Dezembro de 1981, por meio da Portaria nº 151-Reitoria-UFMS.
Em 2010, com a restruturação organizacional da UFMS, foram extintos todos os departamentos da Instituição e o DTA, então departamento, passou a ser denominado de Unidade de Tecnologia de Alimentos e Saúde Pública, vinculada ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - UTA-CCBS; e nesse mesmo ano, foram implantados os Cursos de Nutrição e de Tecnologia em Alimentos, ambos pertencentes ao CCBS.
Hoje, o Setor de Alimentos da UTA-CCBS é voltado para as áreas da Ciência e Tecnologia de Alimentos, das Ciências Agrárias e da Saúde, envolvendo equipe multidisciplinar com formação em Farmácia, Nutrição, Química, Biologia, Medicina Veterinária, Agronomia e Engenharia de Alimentos.
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