Três projetos de Mato Grosso do Sul — duas deep techs e uma iniciativa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) — foram reconhecidos na etapa Centro-Oeste do Prêmio Finep de Inovação 2025, anunciada nesta quarta-feira (8), em cerimônia realizada em Brasília.


Vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) concede anualmente o prêmio a iniciativas que conectam pesquisa científica e soluções tecnológicas para o setor produtivo nacional, destacando experiências de alto impacto em inovação.
Entre os destaques sul-mato-grossenses estão as empresas Kerow, vencedora na categoria Transformação Digital da Indústria, e Pantabio, ganhadora na categoria Deep Tech. Ambas receberam investimento inicial do Programa Centelha 2, ação estratégica do Governo de Mato Grosso do Sul executada pela Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado), em parceria com a Finep.


“Esse prêmio vem recolher o esforço e dedicação de toda a equipe da Kerow, principalmente os sócios e bolsistas que nós apoiaram neste caminho. Ainda as instituições parceiras como UEMS, UFMS, UFGD, UCDB. A Fundect por ter nos proporcionado participar do programa Centelha 2”, destaca Fabrício Weber, CEO da Kerow.

Chegar a esse prêmio já é uma grande conquista. Representamos Mato Grosso do Sul na categoria Deep Tech com um bioproduto voltado ao agronegócio, mostrando o potencial de inovação do nosso estado. Esse reconhecimento fortalece a universidade onde o projeto nasceu e amplia a visibilidade não apenas da pesquisa, mas também do nosso produto e da região”, destaca Tiago Calves, um dos fundadores da Pantabio.

Para o diretor-presidente da Fundect, Márcio de Araújo Pereira, os resultados reforçam o papel estratégico do investimento público em inovação.
“A vitória da Kerow e da Pantabio é motivo de orgulho para Mato Grosso do Sul. Isso mostra que o investimento público em ciência, tecnologia e inovação gera resultados concretos, capazes de transformar a economia, promover sustentabilidade e abrir caminhos para que ideias inovadoras se tornem empresas de impacto nacional”, celebra Márcio de Araújo Pereira, diretor-presidente da Fundect.
Na categoria Infraestrutura de Pesquisa e Desenvolvimento em ICTs, o projeto Proinfra UFMS também garantiu premiação regional, com o subprojeto Plataforma multiusuária para biofortificação e desenvolvimento de bioprodutos inovadores – Platbio.

Os vencedores regionais agora concorrem à etapa nacional do Prêmio Finep, que será realizada em dezembro, no Palácio do Planalto, em Brasília. Todos os finalistas recebem o Selo Finep de Inovação 2025.
Houve também uma premiação especial – a Medalha Niède Guidon – para o melhor projeto comandando por mulher(es), que ficou com Facility do Cerrado-Pantanal a bioprodutos foodtech: a primeira plataforma nacional aberta de proteínas e peptídeos com aplicações biotecnológicas, da UFMS, coordenado por Maria Lígia Rodrigues Macedo.


Participaram do evento o presidente da Finep, Luiz Antonio Elias, o secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luis Fernandes, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricado Galvão, os diretores da Finep Janaina Prevot (Administração) e Elias Ramos (Inovação) e a secretária de Política e Programas Estratégicos do MCTI, Andréa Latgé.
Inovação que nasce da ciência
A trajetória das empresas premiadas evidencia o papel da pesquisa científica na geração de soluções tecnológicas com impacto direto no campo e na indústria.
A Kerow desenvolve uma plataforma integrada de hardware e software que utiliza Visão Computacional e Inteligência Artificial para identificar bovinos de forma não invasiva, substituindo brincos e marcas físicas. A tecnologia melhora a rastreabilidade, reduz o estresse animal e aumenta a produtividade, alinhando-se às demandas da pecuária de precisão. Sob coordenação de Fabrício Weber, a empresa está incubada na SInova, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).
Já a Pantabio é pioneira no desenvolvimento de bioinsumos à base de fungos isolados do Pantanal, com aplicação agrícola. O produto combina eficiência no controle de doenças em plantas, estímulo ao crescimento vegetal e benefícios ambientais. A startup nasceu de uma pesquisa de doutorado do engenheiro agrônomo Tiago Calves Nunes, em parceria com a professora Márcia Celoto, da UEMS em Aquidauana. Utilizando cepas do gênero Trichoderma adaptadas ao bioma pantaneiro, o bioinsumo oferece desempenho superior e contribui para práticas agrícolas regenerativas, em sintonia com o Plano Nacional de Bioinsumos.
Fortalecimento da infraestrutura científica da UFMS
Também premiado na categoria Infraestrutura de P&D em ICTs, o projeto Proinfra UFMS 2024, com o subprojeto Platbio, busca fortalecer a infraestrutura dos Laboratórios de Agricultura Digital (LADI) e de Purificação de Proteínas e suas Funções Biológicas (LPPFB). A iniciativa, coordenada por Fabrício Frazílio e pelo professor Paulo Eduardo Teodoro (UFMS/CPCS), amplia a capacidade da universidade para desenvolver bioprodutos inovadores e pesquisas em biofortificação.
Texto: Comunicação Fundect com informações da Assessoria de Comunicação Finep.
Fotos: Aquivos pesquisadores / Assessoria de Comunicação Finep.