O diretor-presidente da Fundect e presidente do Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa), Márcio de Araújo Pereira, participou nesta quinta-feira (4) da reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), realizada no Palácio do Planalto, onde foi apresentada a nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) 2024–2034. O documento orientará as prioridades da política científica e tecnológica brasileira para os próximos dez anos.
Durante a abertura, o Presidente da República e presidente do CCT, Luiz Inácio Lula da Silva, ressaltou o papel estruturante da Estratégia para o desenvolvimento do país. “A ciência é um pilar de um Brasil soberano, desenvolvido e socialmente justo. A entrega da ENCTI simboliza mais um passo para a construção de um país capaz de enfrentar vulnerabilidades históricas, liderar áreas estratégicas e transformar conhecimento em bem-estar”, afirmou.
A elaboração da nova Estratégia contou com um Grupo de Trabalho (GT) formado por representantes de diversas instituições. Como presidente do Confap, Pereira integrou o GT, contribuindo diretamente para a formulação do documento. A proposta foi construída a partir das diretrizes da 5ª Conferência Nacional de CT&I, processo que envolveu mais de 100 mil participantes e consolidou a missão de transformar conhecimento em soluções tecnológicas para uma sociedade mais inclusiva, sustentável e soberana.
“Participar da construção da ENCTI é reafirmar o compromisso das Fundações de Amparo à Pesquisa com um projeto de país que valoriza a ciência como motor de desenvolvimento. A Estratégia que apresentamos hoje reflete um Brasil que olha para o futuro, que investe em suas capacidades científicas e que entende a inovação como caminho para reduzir desigualdades e fortalecer a soberania nacional. É um documento que traduz a voz da comunidade científica e dos estados e que reposiciona a CT&I como política de Estado.”
A ENCTI destaca que o Brasil vive um momento decisivo diante de transformações como a digitalização acelerada, a crise climática e a disputa global por tecnologias estratégicas. Nesse cenário, o documento reforça a necessidade de fortalecer o Sistema Nacional de CT&I, ampliar investimentos em pesquisa e inovação e transformar a capacidade científica brasileira em competitividade e desenvolvimento social.
A ministra do MCTI, Luciana Santos, enfatizou os avanços da nova Estratégia. “Vimos o estrago que um governo negacionista pode fazer. Hoje, com a nova ENCTI, o Brasil dá um passo importante para um futuro inovador, soberano e competitivo, garantindo que a ciência e a tecnologia tenham impacto positivo na vida de todos.”
A ENCTI organiza suas diretrizes em quatro eixos estruturantes: expansão e integração do Sistema Nacional de CT&I; inovação empresarial voltada à reindustrialização; projetos estratégicos para a soberania tecnológica; e ciência e inovação para o desenvolvimento social. O documento identifica áreas em que o Brasil já apresenta liderança — como agrociências, bioeconomia e saúde — e aponta setores que exigem maior investimento, entre eles inteligência artificial, semicondutores, tecnologias quânticas e transição energética. Também destaca desafios como financiamento estável, modernização do marco legal e redução de desigualdades regionais.
A Estratégia terá o PACTI como instrumento complementar, responsável por detalhar metas e entregas em ciclos de cinco anos, avançando na consolidação da CT&I como política de Estado e sustentando um novo ciclo de desenvolvimento industrial, ambientalmente responsável e socialmente inclusivo.
As propostas apresentadas na ENCTI 2024-2034 passarão, ainda, por consulta pública antes de serem oficializadas. A participação popular acontece entre os dias 5 e 20 de dezembro, através da plataforma Brasil Participativo.
Texto: Maristela Cantadori, com informações MCTI
Fotos: Magdiel Trelha

“Participar da construção da ENCTI é reafirmar o compromisso das Fundações de Amparo à Pesquisa com um projeto de país que valoriza a ciência como motor de desenvolvimento. A Estratégia que apresentamos hoje reflete um Brasil que olha para o futuro, que investe em suas capacidades científicas e que entende a inovação como caminho para reduzir desigualdades e fortalecer a soberania nacional. É um documento que traduz a voz da comunidade científica e dos estados e que reposiciona a CT&I como política de Estado.”