Ao completar 27 anos em 2025, a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) se consolida como um dos principais motores do desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação da região Centro-Oeste e referência entre as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) do país.
Criada em 3 de julho de 1998, em um cenário estadual ainda carente de infraestrutura acadêmica e científica, a Fundect nasceu com a missão de apoiar a pesquisa e impulsionar a formação de recursos humanos qualificados. Nas últimas décadas, esteve à frente da transformação do ecossistema científico sul-mato-grossense, apoiando universidades públicas e privadas na estruturação de laboratórios, programas de pós-graduação e iniciativas de inovação, impulsionando novos negócios e startups.
Esse histórico culmina em números expressivos. Nos últimos oito anos, R$175 milhões foram investidos – 66% de todos os recursos aplicados na história da instituição. Em 2024, o volume de investimento ultrapassou R$66 milhões, beneficiando mais de 400 projetos e garantindo cerca de 1.650 bolsas mensais em diferentes níveis da formação científica, da iniciação ao pós-doutorado.
A Fundect foi a primeira FAP do Brasil a implementar bolsas de produtividade estaduais. Em parceria com o CNPq, em 2024 foram contemplados mais de 70 pesquisadores de Mato Grosso do Sul que não haviam sido financiados pela chamada nacional. O investimento estadual foi de R$5,4 milhões.
Com atuação estratégica em linhas de fomento à infraestrutura de pesquisa, eventos técnico-científicos, internacionalização e economias do futuro, a Fundação tem apoiado projetos inovadores em bioeconomia, sustentabilidade, tecnologia da informação, saúde e educação.

A Fundect destinou recursos a 92 programas stricto sensu no Estado, com cerca de R$14 milhões investidos entre bolsas e custeio. Em parceria com a Capes, também viabilizou a Rede Centro-Oeste de Pesquisa, com R$16,8 milhões aplicados em quatro grandes projetos nas áreas de bioeconomia, biotecnologia e biodiversidade.

Outro exemplo é o PICTEC, voltado à iniciação científica de estudantes da rede pública, que em quatro edições ofertou 2.300 bolsas para professores e estudantes do Ensino Médio, em 500 projetos. A participação recorde desses estudantes na FETEC-MS, maior evento de CT&I do estado, também apoiado pela Fundect, é símbolo do fomento ao protagonismo juvenil na ciência. Já o PIBIC-Fundect atendeu alunos do ensino superior, ampliando a base de formação acadêmica no Estado.

Outro destaque foi o fomento do documentário “Mulheres na Ciência”, produzido pelo projeto MS +Ciência, que dá visibilidade à atuação feminina na pesquisa estadual.

Com planejamento estratégico, a Fundect também impulsiona o ecossistema de inovação sul-mato-grossense. Programas como o Tecnova e o Centelha conectam pesquisa, tecnologia e oportunidades de negócios.
“A política de fomento à inovação em Mato Grosso do Sul é uma referência nacional. A atuação estratégica da colocou o Estado entre as principais unidades da federação que acreditam na ciência, na tecnologia e na inovação como força motriz do desenvolvimento. Como resultado disso, o Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), divulgado pelo INPI, comprovou o avanço, pois estamos entre os 10 estados mais inovadores do país, e ocupamos a terceira posição nacional entre os estados que mais apoiam empreendimentos inovadores, segundo ranking de Competitividade dos Estados”, explica o diretor-presidente da Fundect, Márcio de Araújo Pereira.

Outro marco é o protagonismo no Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa). Em 2025 o diretor-presidente da Fundação, Márcio de Araújo Pereira, assumiu a presidência do conselho e colocou Mato Grosso do Sul no centro das discussões sobre o futuro da ciência no país.
De uma fundação que nascia em um estado com poucos programas de pós-graduação, a uma referência nacional com impacto direto na educação, economia e sustentabilidade, a trajetória da Fundect é, hoje, uma vitrine da força transformadora da ciência.
“Com políticas públicas robustas, estrutura jurídica moderna, o melhor marco legal para ciência, tecnologia e inovação, além da articulação entre os atores do ecossistema de ciência e tecnologia, Mato Grosso do Sul avança em direção a um modelo de desenvolvimento verde, digital, inclusivo e competitivo, alinhado às práticas das nações mais inovadoras do mundo. E isto só é possível porque temos a Fundect como o braço do governo capaz de articular ciência, mercado e necessidades sociais para construir os caminhos necessários”, finaliza Márcio.
Bolsa de Produtividade Estadual: pioneirismo no incentivo à pesquisa
A Fundect tornou-se, em 2024, a primeira FAP do Brasil a implementar bolsas de produtividade estaduais. Em parceria com o CNPq, foram contemplados mais de 70 pesquisadores de Mato Grosso do Sul que não haviam sido financiados pela chamada nacional. O investimento estadual foi de R$ 5,4 milhões, incluindo auxílio à pesquisa (taxa de bancada), com duração de até 36 meses.
Formação científica desde a educação básica: PICTEC e PIBIC
O incentivo à formação científica começa na educação básica. O Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (PICTEC) ofertou em quatro edições 2.300 bolsas para professores e estudantes do Ensino Médio, em 500 projetos. Já o PIBIC-Fundect atendeu alunos do ensino superior, ampliando a base de formação acadêmica no Estado.
Pós-graduação fortalecida com investimentos estratégicos
A Fundect destinou recursos a 92 programas stricto sensu no Estado, com cerca de R$ 14 milhões investidos entre bolsas e custeio. Em parceria com a Capes, também viabilizou a Rede Centro-Oeste de Pesquisa, com R$ 16,8 milhões aplicados em quatro grandes projetos nas áreas de bioeconomia, biotecnologia e biodiversidade.
Editais para inovação e empreendedorismo
Na área de inovação, a Fundect lançou chamadas como o Tecnova 3 MS, com R$ 15,4 milhões para startups, e o Programa Tuiuiú, voltado à criação de empresas inovadoras. Ainda em 2024, a fundação participou do Web Summit em Lisboa com 11 startups apoiadas, ampliando a visibilidade internacional da ciência e do empreendedorismo do Estado.
Programa Centelha: incentivo ao empreendedorismo inovador
Em parceria com a Finep e o CNPq, a Fundect realizou duas edições do Programa Centelha MS, voltado à transformação de ideias inovadoras em empreendimentos de sucesso. Ao todo, foram investidos R$ 9,8 milhões, beneficiando 97 startups. As empresas contempladas receberam apoio financeiro e técnico para transformar projetos em negócios sustentáveis. O programa reforça o papel da Fundect no estímulo ao empreendedorismo de base tecnológica e na diversificação da economia estadual.
“O Centelha está em sua segunda edição, com mais de R$ 6 milhões investidos, 80 startups apoiadas e cerca de 2 mil pessoas capacitadas”, completa Márcio de Araújo Pereira, diretor-presidente da Fundect.
Apoio à ciência com impacto social e ambiental
Dentre os editais lançados, destaca-se a chamada “MS Carbono Neutro”, voltada à mitigação de emissões de gases de efeito estufa. Também houve chamadas para bioinsumos, sustentabilidade no agronegócio e para projetos vinculados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em áreas como saúde, meio ambiente e educação.
Incentivo à igualdade de gênero e à popularização da ciência
O programa “Mulheres na Ciência Sul-Mato-Grossense” destinou recursos a 26 projetos liderados por pesquisadoras. Em paralelo, o projeto MS +Ciência produziu conteúdos de divulgação científica, como o documentário “Mulheres na Ciência”, lançado em 2024, reforçando o papel da Fundect na valorização da diversidade na pesquisa.
Eventos científicos e valorização de talentos
Em 2024, a Fundect apoiou grandes eventos, como a FETEC-MS e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Além disso, promoveu o Prêmio Fundect Pesquisador Sul-Mato-Grossense, reconhecendo talentos em diversas áreas do conhecimento e alinhando ciência e desenvolvimento estadual.
Texto: Paulo Ricardo Gomes e Maristela Cantadori.
Fotos: Arquivo Fundect.