Foi divulgado nesta sexta-feira, 25 de agosto, no Diário Oficial do Estado, o resultado final do Pictec lll, programa da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de MS) que fomenta projetos de pesquisa científica e tecnológica, propostos por professores do Ensino Médio ou Técnico integrado, de escolas públicas de Mato Grosso do Sul.
Este ano o edital selecionou 200 propostas, 140 delas de escolas da Rede Estadual de Ensino e 60 de unidades federais. O número representa um aumento de 300% em comparação às bolsas concedidas na primeira chamada, realizada em 2021.
Os professores com projetos aprovados vão receber uma bolsa de R$ 800 mensais e poderão orientar até quatro estudantes da mesma escola, com bolsa de R$ 400 mensais, por 12 meses.
O objetivo da Fundect é estimular, ainda no Ensino Médio, o aprendizado do método científico e de outros conceitos fundamentais para a produção de ciência e tecnologia que gerem transformação social.
“Ciência tem que estar na base da educação. Ciência tem que estar na boca desses alunos, falando sobre o que é importante. Por isso, estamos investindo R$ 5,67 milhões nesta terceira edição, um recorde para a educação de MS e no futuro dos nossos jovens”, reforça Márcio.
Incentivo à Ciência
A mestra em Educação e coordenadora da Escola Estadual Afonso Pena, de Três Lagoas, Andressa Luiza Montanha de Araújo teve o projeto “O Autismo na Escola: Um estudo sobre a importância da educação inclusiva para estudantes neurodivergentes” aprovado nesta edição do Pictec III.
A proposta consiste em compreender como as várias facetas do Espectro Autista se manifestam nos alunos dentro do ambiente escolar, de forma a auxiliar em ações educacionais que sejam realmente inclusivas e promovam a conscientização e equidade.
“Partindo do princípio de que quando conhecemos algo, é mais fácil respeitar. Além de proporcionar aos estudantes um contato inicial com a iniciação científica, a pesquisa ainda poderá dar frutos para a comunidade autista, da qual faço parte. É um trabalho realizado não apenas sobre os autistas, mas também por autistas e pessoas neurodivergentes, algo essencial para a representatividade deste grupo”, explica Andressa.
Segundo ela, a bolsa da Fundect é crucial para tocar o projeto. “A demanda de trabalho de um professor é muito complicada, por conta dos planejamentos, avaliações e demais burocracias. Por isso, ter o financiamento da Fundação permite que estudos como este, que antes ficavam apenas em nossos sonhos, se tornem reais”, destaca.
Para Vinícius de Araújo Maeda, mestre em Engenharia de Transportes e professor técnico do IFMS (Instituto Federal de MS) de Aquidauana, a Fundect exerce um papel fundamental com o incentivo e o fomento do projeto “AudioVision: Uma solução de visão computacional para pessoas com Deficiência Visual”.
“A Fundação está contribuindo para a formação acadêmica, científica e tecnológica dos jovens cientistas envolvidos no projeto. O Estado e toda região serão beneficiados com pessoas capazes de construir soluções que permitirão um melhor desenvolvimento regional”, informa Vinícius.
A pesquisa é voltada para a construção de uma solução de baixo custo que permitirá a identificação de objetos através de uma câmera acoplada a um óculos. O reconhecimento dos materiais será realizado através de Inteligência Artificial. “A intenção é disponibilizar a solução para as pessoas cegas, visando mitigar as dificuldades de suas rotinas diárias. Além de oportunizar uma maior qualidade de vida às pessoas com deficiência visual, o projeto também tem potencial para ser utilizado em outros estados e países”, ressalta.
Atenção aos prazos
Professores-orientadores com projetos aprovados terão do dia 28 de agosto a 01 de setembro para indicar os estudantes bolsistas. A entrega da documentação física das equipes à Fundect deverá ser feita até o dia 15 de setembro. Confira as etapas para a contratação das propostas aprovadas no PICTEC III.
Texto: Larissa Adami (estagiária de Jornalismo)
Fotos: Acervo pessoal