A Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul), em parceria com o Governo do Estado, investe em ações que fomentam o avanço da biotecnologia no Estado. Em celebração ao Dia Nacional do Biotecnologista, a Fundação apresenta um panorama sobre a diversidade de projetos que recebem recursos na área. Atualmente, há várias pesquisas financiadas pela Fundect garantindo o desenvolvimento de ideias e produtos inovadores no ramo biotecnológico de diferentes formas.
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Recurso ultrapassando o valor de R$ 3,5 milhões, ofertado pela Fundect para a pesquisa do professor doutor da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Octavio Luiz Franco que, por meio do Acordo de cooperação CNPQ/Fundect-INCT, estabeleceu o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioinspiração (INCT Bioisnpir) – Moléculas bioinspiradas aplicadas ao incremento e qualidade da produção de proteína animal.
A missão principal do INCT Bioisnpir é a busca de produtos bioinspirados no bioma Pantanal para incremento e qualidade da produção de proteína animal. O Instituto possui apoio de inúmeras instituições nacionais e internacionais, trabalhando em conjunto para a detecção, tratamento e controle de doenças infecciosas em animais por meio de produtos com origens em fontes pantaneiras. O projeto permite o desenvolvimento de antibióticos naturais, de alta qualidade com com redução do custo e perdas, além de impulsionar a economia sul-mato-grossense e valorizar o meio ambiente.
Ensino médio – Boas propostas também se encontram com a juventude do Pictec – MS 2022 (Programa de Iniciação Científica e Tecnológica do Estado de Mato Grosso do Sul). A coordenadora da iniciativa, Daniely Ferreira de Queiroz, o pesquisador Fernando Henrique Limberti Viana e as estudantes Gabriela da Gama dos Santos, Laíssa Borges Nunes e Nathalia Morais Barboza executam a pesquisa Química dos Cosméticos: Desenvolvimento de métodos biotecnológicos em Cosmetologia.
O objetivo da pesquisa de iniciação científica foca na extração de enzimas de frutos do Cerrado e o encapsulamento de moléculas bioativas (ácido hialurônico, Vitamina A,C e E). Ou seja, a equipe trabalhará com o desenvolvimento de novas tecnologias e inovações sustentáveis para a fabricação dos cosméticos tão pertinentes na rotina diária da população. Assim, o Pictec não só incentiva o empreendedorismo escolar, como a promoção da vida acadêmica aos alunos.
Startups – O trabalho do biotecnologista não poderia ficar de fora das startups. Fátima Termos, professora doutora da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), engloba uma qualidade de vida saudável por meio da ciência. A partir do programa Centelha 2, o empreendimento Biotec Box – Bioengenharia e Fermentação constitui-se da comercialização do Kombucha – bebida fermentada produzida à base de chás que possui uma concentração de leveduras e bactérias (scoby) – de forma unitária, com a opção de ser adquirida em caixas ou por assinaturas mensais ou quinzenais.
O scoby gerado em excesso será associado a resíduos agroindustriais e servirá de substrato para o crescimento e manejamento do fungo Pleurotus osteatrus, resultando em um biomaterial que substitui o isopor e possui maior flexibilidade e resistência ao impacto. Desta forma, Fátima defende um novo estilo de vida com a venda da kombucha para a população, com conscientização voltada para o baixo consumo de açúcar, além da conscientização socioambiental voltada para a produção de biomaterial.
A produção do biomaterial é de grande importância ambiental pois substitui o poliestireno expandido, com características físicas semelhantes, além de apresentar maior flexibilidade e resistência. A produção de kombucha em paralelo consiste em uma busca por um estilo de vida mais saudável da população, que cada vez tem ganhado mais mercado.
Texto: Larissa Adami (estagiária de Jornalismo) e Paulo Ricardo Gomes (jornalista responsável).