Nesta quinta (27) e sexta-feira (28) o diretor-científico da Fundect, Nalvo Franco de Almeida Junior, participa em Curitiba (PR) do Encontro das Diretorias Técnicas das Fundações de Amparo à Pesquisa realizado pelo Conselho Nacional das FAPs (Confap) e pela Fundação Araucária. Em pauta os temas Ciência Aberta, Pesquisa Orientada à Missão, Indicadores e a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Para o presidente do Confap, Odir Dellagostin, trata-se de uma oportunidade ímpar para discutir assuntos de interesse comum e propor ações conjuntas para o avanço da ciência nos estados.
“No cenário nacional as FAPs vêm alcançando uma relevância, cada vez, maior. Nos últimos anos, em que tivemos um subfinanciamento em nível nacional nas agências nacionais, foram as FAPs que mantiveram a ciência de pé e as pesquisas em andamento. As FAPs contribuíram com cerca de 80% do auxílio à pesquisa. Agora estamos frente a um novo cenário de uma maior disponibilidade de recursos e valorização da ciência”, destaca Dellagostin.
Nalvo Franco de Almeida Junior, diretor científico da Fundect, destaca que os encontros de diretores científicos das FAPs são essenciais para a troca de experiências e práticas.
“A despeito das diferenças e assimetrias regionais, muitos problemas dos sistemas regionais de CT&I são comuns e refletem a necessidade de se definir políticas públicas e ações que também são comuns. Nesta reunião em particular, estamos tratando de necessidades e tendências muito relevantes e atuais, como a definição de práticas para o incentivo à Ciência Aberta, como promover Mission-Oriented Funding e indicadores nacionais para a Ciência, Tecnologia e Inovação”, disse o diretor.
Debates
Em sua apresentação sobre a política de inovação orientada por missões, o consultor da Diretoria de Tecnologia da FAPERJ, Caetano Penna, ressaltou que as instituições precisam pensar as missões de acordo com suas capacidades setoriais.
“Alcançar novas missões requer a combinação e exploração de múltiplas capacidades públicas e privadas. O desafio brasileiro é aprender com sua própria experiência, utilizar suas capacidades e capacitações e desenvolver abordagem própria para alcançar novas missões de relevância para toda a sociedade”, afirma o pesquisador.
Segundo o diretor científico da FAPESP, Marcio de Castro Silva Filho, os desdobramentos das conversas nos grupos de trabalho contribuem para integrar ações para elencar respostas mais convergentes para avançar nos temas abordados no encontro. Ele defendeu que as missões precisam transpassar os governos.
“Precisamos ter políticas de estado. Como estamos em uma Confederação de Amparo à Pesquisa os problemas regionais têm dimensões distintas, então precisamos pensar como abordar estes problemas. Se são decisões de cima para baixo ou de baixo para cima, ou a partir de consenso definido entre todos os atores é que vão sinalizar soluções para o enfrentamento destes problemas da nossa sociedade”, comenta o diretor da FAPESP.
A democratização da ciência, nos debates do tema Ciência Aberta, precisa ter um espaço maior dentro das ações das FAPs, de acordo com o diretor de Tecnologia da FAPERJ, Aquilino Senra. “Temos que pensar em princípios importantes de acesso aos dados das pesquisas que, normalmente quando colocados em um artigo, é de forma muito reduzida e que pouco ajuda na continuidade da pesquisa por outros grupos. Também temos que analisar o acesso às publicações. Há casos em que o Brasil paga as duas contas, para publicar o resultado da pesquisa e depois para ter acesso à pesquisa”, observa Senra.
O diretor científico da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, reforçou a necessidade de práticas que promovam a ciência aberta. “Este é um tema que está sendo demandado para todas a FAPs em termos de novas políticas e estratégicas, também novo fomento porque isso nos habilita a trabalhar muito internacionalmente”, completa.
Com informações da Fundação Araucária*
Texto: Maristela Cantadori
Fotos: Divulgação Fundação Araucária